sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Frutos do Funk, Anitta e Ludmilla consagram o gênero em premiação global


Neste domingo (13), as cantoras (e ex-MCs) Anitta e Ludmilla venceram as principais categorias musicais do prêmio “Melhores do Ano” da Rede Globo. Anitta concorria com Ivete Sangalo e Claudia Leitte na categoria “Melhor Cantora” e levou a melhor por voto popular. “É Hoje” da Ludmilla foi eleita a Melhor Música de 2015, desbancando “Escreve Aí” do sertanejo Luan Santana (que perdeu nessa categoria, mas levou como Melhor Cantor de 2015) e “A Noite”, da Tiê. 
As duas estão hoje em dia sem o “MC” no nome artístico, não por vergonha, muito pelo contrário, elas ostentam com orgulho suas raízes no Funk carioca, mas é que a gravadora – ambas são contratadas da Warner Music Brasil – achou melhor não limitá-las a apenas este gênero musical. Foi um acerto! O álbum de estreia da ex-Mc Beyoncé, “Hoje” (2014), vai do batidão às baladas românticas e tudo soa muito natural. Anitta (ou Larissa, até 2011) sempre foi muito eclética, percebe-se pelos principais ídolos da cantora: Marisa Monte, Ivete Sangalo, Mariah Carey e Rihanna – só Desde “Show das Poderosas” em 2013, Anitta se tornou uma máquina de hits, todos com sonoridades completamente distintas: “Não Para” possui características de música eletrônica, “Zen” é uma baladinha com influências de reggae que foi trilha sonora de novela das 7 e tocou incansavelmente nas rádios, “Cobertor” com participação de Projota é uma balada romântica extremamente pop, “Na Batida” aposta nas batidas de funk em seu refrão e “Deixa Ele Sofrer” em um pop mais chiclete, leve e colorido, com direito ao uso de sintetizadores. Seu disco mais recente,”Bang!” (2015), também mostra o quão diversificada a cantora pode ser em faixas como “Cravo e Canela”, “Sim” e “Essa Mina é Louca”, além da música homônima ao título do álbum.nestes nomes temos MPB, axé, R&B e pop.

A vitória de duas artistas oriundas do Funk contra estilos tão populares no Brasil como a Axé Music e, principalmente, o Sertanejo Universitário – estilo que domina as paradas brasileiras -, é algo no mínimo curioso. Há alguns anos atrás, isto pareceria impossível. O gênero, devido ao alto teor sexual de boa parcela de suas músicas, sempre foi mal visto desde seu início. E a primeira impressão foi a que ficou. Algo parecido também aconteceu com a Axé Music, até Daniela Mercury, Ivete Sangalo e Claudia Leitte transformarem o ritmo em uma vertente pop brasileira.
O sucesso de Anitta abriu portas para novatas como a própria Ludmilla e até mesmo para grandes nomes do antigo Funk se reinventarem: a Valesca da Gaiola das Popozudas que ia para o baile de sainha, agora é a diva que você quer copiar. Sendo as acusações de plagiar a Beyoncé (e outras divas internacionais) verdadeiras ou não, é inegável a importância da cantora para a renovação do cenário musical brasileiro atual. Não vamos deixar pra valorizar no futuro, o que hoje está fazendo história. Mamonas Assassinas, Legião Urbana, Cazuza e tantos outros artistas, só foram valorizados por gerações posteriores e duramente criticados pelas gerações que os viram construir carreiras lendárias e hinos atemporais.

Fonte: Poppedia


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